Segurança Psicológica: modismo ou necessidade urgente?

Um dos temas do topo da agenda do universo do Trabalho, da Gestão de Riscos, da Inovação, da Diversidade&Inclusão e da Saúde Mental atualmente tem a ver com "o quanto pode custar para um profissional a atitude de ser transparente, colocar problemas na mesa da reunião, trazer informações delicadas e desconfortáveis para sua liderança".

Estudos, cases e especialistas no tema da Segurança Psicológica vêm demonstrando que as pessoas convivem com ambientes de trabalho onde são gerenciadas na base no Medo e seguem seus dias gastando uma energia psíquica e emocional imensa em estratégias de defesa para poder administrar a tensão que isso gera e gerenciar o risco interpessoal que correm (risco de prejudicar a carreira, de serem demitidas, de sofrerem perseguição, de serem rotuladas, perderem reconhecimento).

A cada dia fica mais claro e evidente que criar um campo seguro e confiável para Inovação, impulsionar Aprendizagem e adaptabilidade a mudanças, prevenir problemas Éticos e de compliance é urgente e necessário.

Trazendo isso pro universo da Gestão de Riscos, Saúde e Segurança Ocupacional, Segurança de Processo e Prevenção de Catástrofes, o que não falta são artigos, livros, diretrizes internacionais e relatórios apontando que provavelmente não conseguiremos ir muito mais além em nossos resultados e na construção de ambientes e operações seguras se não investirmos energia e tempo em praticar mais transparência, tecer confiança nas relações dentro da organização para fazer "subir" informações delicadas, assumir com coragem uma postura de deixar o "povo lá da ponta" falar (questionar, sugerir, participar) e lidar com abertura e respeito com qualquer tipo coisa que venha de lá (desde as soluções surpreendentemente criativas até os esqueletos que estavam dentro do armário).

Como diz Amy Edmondson, a grande referência mundial neste tema, "muitos líderes ainda insistem em utilizar o medo para gerenciar pessoas". A minha convivência contínua com líderes de diferentes níveis na indústria me faz desconfiar que a maioria faz isso porque NÃO SABE como fazer diferente. Não tem repertório, possuem formação excessivamente técnica e financeira, não teve bons exemplos enquanto liderado, têm baixo desenvolvimento em human skills. Pode estar aí um caminho para adubarmos melhor este terreno do baixo risco interpessoal.

Até quando vamos continuar fazendo como os antigos tiranos que mandavam matar os mensageiros quando a mensagem não os agradava?

Estamos preparados para tirar as máscaras sociais e assumir que precisamos cultivar um tipo de comunicação onde as pessoas se sintam seguras para se expressar com maior liberdade sobre suas vulnerabilidades, sobre os reais problemas que precisam ser tratados, sobre as conversas difíceis que não podem ser adiadas?

Esse foi o papo que puxei ontem no meu Instagram.

As referências citadas no final do vídeo:

📚 A organização sem medo, de Amy C. Edmondson, professora de Liderança e Gestão na Harvard Business School.

📝 Projeto Aristóteles, Google

🎬 Meu vídeo sobre Segurança Psicológica no YouTube:

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